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BARRAGENS A MONTANTE

Nova Lima e Itabira se livram de três barragens tipo Mariana e Brumadinho

Com a descaracterização das barragens Dique Auxiliar da Barragem 5, Dique 3 do Sistema Pontal e Barragem Ipoema, a Vale cumpre sua meta de 40% do acordo

Publicado em 03/10/2022 às 16:30
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(Foto: Divulgação Vale)

Nova Lima e Itabirito estão livres de mais três barragens antigas, construídas pelo método mais inseguro de alteamento, à montante (quando a estrutura cresce sobre os rejeitos na direção de onde esse fluxo vem).

O anúncio da descaracterização das barragens foi feito pela mineradora Vale, que neste ano cumpriu o cronograma de fechamento desse tipo de estruturas em suas minas.

Foram extintas e reintegradas à natureza, segundo a empresa, o Dique Auxiliar da Barragem 5, na Mina Águas Claras, em Nova Lima (Grande BH), o Dique 3 do Sistema Pontal, na Mina Cauê e a Barragem Ipoema, na Mina do Meio, ambos em Itabira (Região Central).

Ao todo, a mineradora chega a 12 barragens eliminadas desde 2019, o que representa 40% das 30 estruturas previstas no programa de descaracterização. O método à montante, além de inseguro, é o mesmo das barragens que se romperam em Mariana (2015) e Brumadinho (2019), matando 289 pessoas.

As atividades de engenharia e obras já estão em andamento em todas as estruturas da do Programa de Descaracterização de barragens construídas pelo método a montante.

Das 12 estruturas deste tipo já eliminadas, nove ficavam Minas Gerais (barragem 8B, Dique Rio do Peixe, barragem Fernandinho, Diques 3, 4 e 5 da barragem Pontal, Dique Auxiliar da barragem 5 e as barragens Ipoema e Baixo João Pereira) e três no Estado do Pará (Diques 2 e 3 Kalunga e barragem Pondes de Rejeitos).

Todas as barragens a montante da companhia são objeto de avaliação por equipe técnica independente, segundo a empresa, e integram Termo de Compromisso assinado com os Ministérios Públicos Estadual e Federal, Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e Estado de Minas Gerais.

Cumpre reforçar que a empresa seguirá agora com todo processo para avaliação e formalização da descaracterização pelos órgãos competentes.

Dique Auxiliar da B5

Para executar as obras no Dique Auxiliar da B5, foi construído, preventivamente na barragem, um reforço para dar maior segurança à estrutura durante o processo de descaracterização.

Além disso, para aumentar ainda mais a segurança dos trabalhadores, a Vale executou as atividades de escavação e movimentação dos cerca de 80 mil m³ de rejeitos no reservatório com equipamentos não tripulados, operados remotamente.

Cerca de 190 trabalhadores, entre diretos e terceirizados, atuaram nas obras de descaracterização Dique Auxiliar da B5, sendo aproximadamente metade deles do próprio município de Nova Lima (MG) e região. A estrutura não recebia rejeitos desde o ano 2000 e estava em nível de emergência 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM).

Metade das estruturas a montante em Itabira já foi eliminada. A barragem Ipoema, localizada na Mina do Meio, em Itabira (MG), deixou de operar em 2019 e, à época, continha cerca de 48 mil m³ de sedimentos, que foram completamente retirados do reservatório e dispostos em área próxima à estrutura, conforme autorização prévia dos órgãos competentes. Durante as obras foram gerados cerca de 122 empregos, a maioria para moradores da região.

O Dique 3, que já estava paralisado e não recebia mais aportes de rejeitos, também não tem mais a função de reter rejeitos. O material (cerca de 900 mil m³) foi movimentado dentro do próprio Sistema Pontal. Cerca de 180 trabalhadores, entre diretos e terceirizados, sendo aproximadamente a metade da mão de obra local de Itabira, atuaram nas referidas atividades.

Com a conclusão das obras de descaracterização na barragem Ipoema e no Dique 3 do Sistema Pontal, que ainda receberão obras complementares, como a revegetação da área e drenagem, a Vale eliminou metade das 10 estruturas construídas pelo método a montante da empresa em Itabira. As estruturas de disposição de rejeitos da empresa no município são monitoradas permanentemente pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG) da empresa.

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