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RECURSO DO TJMG

Novela de pagamento de credores 'pequenos' de mineradora pode chegar ao fim

Se autorizados os pagamentos, só ficariam de fora Vale, BHP e fundos estrangeiros

Publicado em 11/01/2023 às 13:30
Atualizado em

(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

 após recurso no TJMG

Mais de sete anos após a tragédia de Mariana, credores trabalhistas e fornecedores da mineradora Samarco podem, finalmente, receber pagamentos de créditos em 2023. Um recurso apresentado pela consultora Avantpac, um dos credores que acompanham o processo de recuperação judicial da empresa, vai ser analisado pelo Tribunal de Justiça de Minas (TJMG) em breve.

O recurso foi apresentado em dezembro, após o juiz da 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte ter indeferido pleito para que fosse paga imediatamente a totalidade dos créditos trabalhistas e de microempresas e empresas de pequeno porte credoras da Samarco, além do pagamento, até o limite de R$ 85 mil, dos demais fornecedores da mineradora. Se autorizados os pagamentos requeridos, só ficariam de fora Vale e BHP, controladoras da Samarco, e também os fundos estrangeiros, que são os maiores credores independentes.

Segundo o recurso, o objetivo desses pagamentos é minimizar os efeitos negativos da recuperação judicial da Samarco a esses credores, preservando-os do lento processo que já dura quase dois anos entre fundos estrangeiros e as gigantes Vale e BHP, além da própria Samarco.

Segundo consta de petição apresentada no processo, a soma dos pagamentos necessários para tanto seria inferior a R$ 182 milhões, valor irrisório se considerado o passivo concursal da Samarco de mais de R$20 bilhões - excluídos os créditos detidos por suas partes relacionadas e seu faturamento mensal de aproximadamente R$ 760 milhões.

O recurso foi distribuído para a 21ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e está sob a relatoria do desembargador Moacyr Lobato. Ainda não há previsão de quando o recurso será julgado.

A barragem do Fundão se rompeu em 5 de novembro de 2015, em Mariana, despejando mais de 50 milhões de m3 de rejeitos de mineração, matando nove pessoas e gerando um dano ambiental ainda incalculável. A estrutura é administrada pela Samarco, que é controlada pela Vale e pela BHP.

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