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Estreia série com profissionais que atuaram durante a tragédia de Brumadinho

Produção reforça alerta por prevenção de novos desastres envolvendo barragens

Publicado em 29/04/2024 às 10:00

Série está disponível em vários canais (Foto: Divulgação)

Uma produção audiovisual para sensibilizar e mobilizar a sociedade, o poder público e as empresas para prevenção de novos rompimentos de barragens. É com esse objetivo que a série de vídeos #ElesResponderamAoChamado estreou no 27 de abril, no YouTube e nas redes sociais da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (AVABRUM) e do projeto Legado de Brumadinho.

O lançamento ocorreu na véspera do Dia Mundial da Segurança e da Saúde no Trabalho e do Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho, foram lançados relatos de profissionais que atuaram em Brumadinho após o rompimento da barragem da Vale, em 25 de janeiro de 2019.

No total, serão 9 depoimentos individuais, apresentados separadamente, dois em cada semana. A ação faz parte da segunda fase da campanha #AmanhãPodeSerTarde, que atua contra o esquecimento e a não repetição de crimes como esse.

Somente quem viu e esteve no local consegue mensurar o que é a operação Brumadinho. O rompimento, além de impactar a vida dos familiares, impactou a comunidade, as instituições, os profissionais, o Estado e, pela comoção, o país inteiro”, disse o Major Douglas Martins Soares, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, que comandou a operação de resgate em Brumadinho de novembro de 2021 a outubro de 2022.

Além do Major, outros 8 profissionais dão seus relatos para a série. O coronel do Corpo de Bombeiros, Anderson Passos, que chefiou a operação nos primeiros 4 meses e é um dos autores do livro “Brumadinho 272”, abre a série:

“A maior lição é de que todo esforço feito para o atendimento de emergência deveria ter sido mobilizado para ações de prevenção”, declara o coronel.

A série ainda conta com depoimentos da jornalista Daniela Arbex, autora do livro “Arrastados”, sobre os bastidores do rompimento da barragem; o jornalista Murilo Rocha, um dos autores do livro “Brumadinho: a Engenharia de um Crime”, que denuncia a falta de cuidado dos responsáveis pela barragem que rompeu e fala sobre a exploração predatória de minérios; o médico legista Ricardo Moreira Araújo, que era diretor do Instituto Médico Legal (IML) na época do rompimento; o psicólogo Rodrigo Chaves Nogueira, que há 30 anos integra o serviço de saúde mental de Brumadinho e atualmente é coordenador clínico do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município; Naray Paulino, que atualmente é diretora do IML em Belo Horizonte, e na época do desastre, integrava a equipe de psiquiatria forense do IML; a promotora de justiça Ana Tereza Ribeiro Salles Giacomini, que atuou entre 2019 e 2021 em Brumadinho; e o advogado dos familiares das vítimas, Danilo Chammas.

Nos depoimentos, estes profissionais lembram suas emoções e impressões ao chegarem em Brumadinho, descrevem os desafios que enfrentaram - e alguns ainda enfrentam até hoje - para o atendimento dos atingidos. Contam sobre os laços de amizade que criaram com os familiares das vítimas e que estão engajados em denunciar o crime. Até hoje não houve julgamento e ninguém foi punido. Todos reforçam a importância da prevenção, para que tragédias que poderiam ser evitadas, como o rompimento da barragem da Vale, nunca mais aconteçam.

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