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COMBATE

Com valores do Acordo de Reparação, obra para controle de dengue é feita em BH

Trabalhos foram pagos recursos obtidos devido ao rompimento da barragem em Brumadinho

Publicado em 02/05/2024 às 16:45

AVABRUM acompanhou anúncio da conclusão da obra da Biofábrica (Foto: AVABRUM)

A Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão Brumadinho (AVABRUM) participou nesta semana do anúncio da conclusão da obra da Biofábrica Método Wolbachia, em Belo Horizonte.

Financiada com os valores do acordo judicial de reparação referente ao rompimento da barragem da Vale em Brumadinho em 2019, a obra custou mais de R$ 77 milhões. O projeto vai viabilizar a utilização de tecnologia inovadora e autossustentável, que reduz a transmissão de doenças causadas pelo Aedes Aegypti.

“Esse acordo só existe porque 272 pessoas morreram, é um dinheiro de sangue. Não é dinheiro da Vale, nem dos cofres públicos. Mas temos a consciência de que esse recurso da reparação contempla de modo significativo a população. Estamos cientes do legado deixado por nossas joias, e isso nos traz um pouco de alento”, disse Edi Aparecida Tavares Pinto, que perdeu o marido Nilson Dilermando Pinto, na tragédia-crime da Vale.

Na biofábrica, mosquitos serão criados com a bactéria Wolbachia para auxiliar no combate a essa e outras doenças. Funciona da seguinte forma: o mosquito Aedes aegypti é infectado com a Wolbachia, que impedirá que os vírus causadores de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro do inseto.

O método terá a capacidade de produzir dois milhões de mosquitos por semana. Os mosquitos não serão extintos, mas as novas gerações de Aedes aegypti estarão com a bactéria e não transmitirão as doenças.

A biofábrica só deve iniciar as operações em janeiro do ano que vem, já que ainda necessita das licenças obrigatórias para funcionamento.

Na primeira fase do projeto, os mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia serão soltos em Brumadinho, Mário Campos, Betim, e em outros 19 municípios vinculados à Bacia do Rio Paraopeba. A expectativa da Secretaria de Saúde de Minas Gerais é que, posteriormente, ocorra a expansão da produção de mosquitos para todo o território estadual.

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