Com 853 municípios, Minas Gerais é tratada por muitos pesquisadores como um resumo do Brasil, já que possui uma economia diversa de norte a sul e sotaques e tradições variáveis de leste a oeste. O Produto Interno Bruto (PIB) de cada município mineiro, que contabiliza todos os bens e serviços produzidos no ano, também tem amplas diferenças. Nesta sexta-feira (16), a Fundação João Pinheiro (FJP) apresentou os resultados do PIB dos municípios em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, e revelou o ranking dos maiores números do Estado — devido à complexidade dos dados, eles sempre são apresentados dois anos depois.
As cidades mais populosas de Minas ficam de fora do ranking do PIB per capita, que representa o valor total do PIB dividido pelo número de habitantes do município. Entre 2019 e 2020, São Gonçalo do Rio Abaixo, na região Central, perdeu a liderança para Extrema, no Sul de Minas. Confira a lista:
- Extrema: R$ 311,1 bilhões
- Jeceaba: R$ 256,2 bilhões
- Conceição do Mato Dentro: R$ 239,3 bilhões
- São Gonçalo do Rio Abaixo: R$ 225 bilhões
- Araporã: R$ 211 bilhões
- Catas Altas: R$ 201,8 bilhões
- Itatiaiuçu: R$ 164,9 bilhões
- Nova Lima: R$ 127 bilhões
- Itabirito: R$ 126,9 bilhões
- Tapira: R$ 123 bilhões
Considerando os dez maiores PIBs do Estado — e não o PIB per capita —, a participação no índice estadual do grupo dos mais ricos, com Belo Horizonte na liderança, tem caído ano a ano e chegou ao patamar mais baixo em 2020, com 39,5%. BH, Contagem e Uberlândia, por exemplo, tiveram perdas devido a setores diretamente impactos pelos fechamentos promovidos durante a pandemia, como transporte e comércio. Por outro lado, Uberaba aumentou sua participação, ancorada pela agricultura e Extrema, por serviços de informação e indústria de papel, por exemplo.
Confira no quadro informações a respeito de Brumadinho
Em 2020, o PIB mineiro foi de R$ 682,8 bilhões, 8% maior do que o de 2019. O pesquisador da FJP, Raimundo de Sousa, destaca a crescente participação de Minas no PIB nacional: “Em Minas, a intensidade do que acontece é maior que a média nacional. Quando o país vai bem, em Minas é um pouco melhor. Quando a economia brasileira sofre retração, como em 2020, costuma ser o caso de a economia mineira se retrair mais”. Veja as dez maiores participações municipais no PIB mineiro:
- Belo Horizonte: 14,3%
- Uberlândia: 5,5%
- Contagem: 4,3%
- Betim: 3,8%
- Uberaba: 2,5%
- Juiz de Fora: 2,5%
- Nova Lima: 1,8%
- Extrema: 1,7%
- Ipatinga: 1,6%
- Montes Claros: 1,4%
A FJP também mensurou a variação de preços e de produção de alimentos em 2020. Alguns dos aumentos que se arrastam até hoje nos supermercados já vinham sendo notados então. O preço da carne bovina, por exemplo, teve um aumento de 38,7%. O trigo se elevou 42,4% e o café, 22,6%.
