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HORTALIÇAS E FRUTAS

Portaria do MAPA desobriga prazo de validade para produtos frescos

Medida diminui a burocracia, deve ajudar a diminuir o desperdício e até a reduzir os preços

Publicado em 09/08/2022 às 10:01
Atualizado em

(Foto: Divulgação )

Quando você faz compras no sacolão, observa se o tomate, a laranja ou as hortaliças estão em bom estado, certo? Apalpa, sente o cheiro, olha a cor…. É ou não é? O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) entendeu isso e publicou uma portaria que dispensa a obrigatoriedade da indicação do prazo de validade em vegetais frescos embalados. A norma altera a Instrução Normativa no. 69/2018 e entra em conformidade com a Resolução RDC nº 259/2002 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que já previa a dispensa dessa informação.

O gerente de Agronegócios da Federação da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Sistema FAEMG) Caio Coimbra, disse que a notícia foi muito bem recebida pelos produtores rurais porque implica numa redução da burocracia, terá um papel fundamental na diminuição do desperdício de alimentos e pode até provocar uma redução no preço final ao consumidor.

“Quando o alimento é fresco e embalado, você tem a percepção se ele está bom para o consumo ou não, dispensando a necessidade de validade. Além disso, a data colocada no alimento, muitas vezes, não é o prazo real do alimento e faz com que muitos produtos sejam perdidos em função disso”, analisa Coimbra.

Outro aspecto positivo, segundo o analista, é que, quanto maior o volume de produtos no mercado, maior a chance de haver redução de preços ao consumidor final, permitindo que as classes mais baixas acessem alimentos que, normalmente, não acessariam”.

“No Brasil seis milhões de pessoas estão na linha da pobreza, e uma grande parcela das frutas e vegetais frescos – importantes para a alimentação e a segurança alimentar e nutricional – é descartada em boas condições. Com a desburocratização, feita com segurança e chancelada pela Anvisa, só temos a ganhar enquanto sociedade”, disse Coimbra.

 A professora Ana Cristina Santos Dibiase contou que a medida vai ajudá-la nas compras semanais no Sacolão porque, muitas vezes, já deixou de comprar um produto, mesmo estando em boas condições, por estar com um prazo de validade muito “apertado”. “Não tem jeito, eu acabava sendo muito influenciada pela etiqueta. Agora, vai ter que ser no olho mesmo”, falou.

De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) mais de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são perdidos por ano no mundo. No Brasil, dados de pesquisa da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, em 2022, mostram que o país desperdiça 26 milhões de toneladas de alimentos em alguma etapa da cadeia produtiva, o que corresponde a 35% da produção.

O desperdício de alimentos agrava o problema da fome, que voltou a crescer no mundo. Dados da FAO mostram que 28% do desperdício ocorre na fase de produção, 28% na fase de consumo, 22% no manuseio e armazenamento, 17% na distribuição e comercialização e 6% na fase de processamento.

Mais de 811 milhões de pessoas estavam subnutridas em 2020 no mundo, segundo o índice de perda de alimentos da FAO. No Brasil, mais de 33 milhões de pessoas estão passando fome, e cerca de 125 milhões vive com algum grau de insegurança alimentar, de acordo com o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II VIGISAN, 2022).

Dicas para reduzir o desperdício:

 Faça uma lista de compras

Antes de ir ao supermercado, faça uma revisão na despensa e na geladeira. Verifique quais alimentos você realmente precisa comprar e evite fazer estoques desnecessários.

Verifique a validade dos produtos

Na hora de cozinhar, dê preferência aos alimentos que estão próximos do vencimento.

Cuidado com promoções

As promoções costumam ser irresistíveis, no entanto, são as grandes vilãs do consumo consciente.

Congele as sobras

Se cozinhar demais ou se comprar muitos alimentos frescos, congele as sobras ou use a técnica de branqueamento para congelar legumes, frutas e verduras.

Não descarte apenas pela aparência

Se uma fruta ou legume apresentar uma aparência feia em algumas partes, corte-as e use o que sobrou.

Queijos

Eles permanecem sem estragar de cinco dias a um mês, se bem conservados na geladeira. Os tipos mais molinhos, como ricota e Minas, aguentam, no máximo, cinco dias, enquanto os mais duros, como provolone e parmesão, têm maior tempo de conservação.

Carnes

Se não for preparar a carne logo depois de comprá-la, congele-a para que dure mais, ou então, embale-a a vácuo.

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