Uma técnica de enfermagem que produz hortaliças por meio da hidroponia. Essa é Adriana Amaral da Silva Campos, que decidiu mudar de ramo em 2019 e hoje colhe os frutos da decisão.
Pensando em ter mais tempo com a família - o que era escasso com as jornadas de 12h/36h quando trabalhava com a enfermagem - Adriana se interessou pela cadeia produtiva da olericultura e tomou a decisão de fazer uma mudança logo após o nascimento da terceira filha, Alice, hoje com 10 anos. “No começo foi difícil porque não conhecia nada sobre agronegócio, mas sinto que fiz a escolha certa”, diz
O sonho vem se tornando realidade no Sítio Nazaré. De 2019 para cá, desde a sua participação no SuperAção Brumadinho do Sistema CNA/Senar com a ajuda do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG Olericultura), a produtora e o marido, Alisson Vicente Campos, quadruplicaram a produção e viram a oportunidade de um negócio lucrativo, alcançando a marca mensal de 11.000 hortaliças 100% hidropônicas, como alface lisa, crespa e roxa, rúcula, agrião, alface e coentro.
Com a profissionalização da atividade, a expectativa é chegar a 15.000 unidades para comercialização em supermercados, sacolão e Ceasa Minas. A colheita ficou acima de 90%, sem muitas perdas, gerando renda suficiente para arcar com todos os custos da produção e investimentos na esfera profissional e particular da família.
Adriana conta que nesse processo passou por alguns problemas envolvendo a estrutura para a produção. “O que a gente vinha construindo e adequando em três estufas foi por iniciativa própria e força de vontade mesmo, com horas e horas de pesquisas na internet. Com isso, passamos por um período complicado. Por diversas vezes, Alisson pagou as despesas da estufa com o salário que ganhava em outra empresa. A conta não fechava”, comenta. “Com o técnico as coisas mudaram. Estamos em um novo momento. Temos mais segurança nas nossas escolhas e a certeza de que podemos ir mais longe”, afirma.
Ampliação de área produtiva para implantação da sexta estufa (Foto: FAEMG)
Para essa nova fase na lavoura, com boas perspectivas de lucratividade e a possibilidade de implantação de três novas estufas, alguns ajustes estruturais foram feitos, bom como a implantação de um cronograma e posicionamento para aplicação de produtos para controle de pragas e doenças e inserção de materiais (hortaliças) de alta qualidade e tecnologia. A parte gerencial também foi orientada e passou a fazer parte da rotina dos produtores. “Ações simples que geraram economia e rentabilidade, percebidas de forma clara depois das anotações pontuais, no caderno do produtor”, comemorou o técnico de campo, Victor Vasconcelos.
O técnico Victor com a produtora durante as visitas mensais (Foto: FAEMG)
A hidroponia é sustentável e apresenta muitas vantagens em comparação com o modelo convencional, além do alto rendimento por área e produtividade, na visão do técnico de campo. O segredo da eficiência está no controle do produtor em oferecer às plantas a dose correta de água, proteção e sol, em um sistema isolado e automatizado. “Outro ponto positivo é que o ciclo produtivo é muito curto, então dentro de 30 dias o produtor já pode colher uma hortaliça pronta para consumo, diferentemente do campo, que leva entre 45 a 60 dias”.
Para quem tem vontade de iniciar na atividade, a dica é realizar uma pesquisa de mercado antes de qualquer passo, saber se há aceitação, se o modelo é bom para a região onde está localizada a propriedade, conhecer bem o modelo de cultivo e o comportamento do mercado consumidor por volume que o produtor pretende produzir, já visualizando os investimentos necessários e retorno.