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O TEMPO

Você tem aproveitado bem o seu tempo? Reflita em como tem usado.

Como é o seu dia a dia, sua relação com a família e amigos? O que é importante para você? Tudo isso revela como valorizamos nosso tempo, veja como.

Publicado em 14/01/2022 às 15:49
Atualizado em

Thiago Goulart | Educador financeiro e editor do portal VAI Investir (Foto: Acervo Pessoal)

Idade, família, casa, trabalho, hobbies, filhos. Como é o seu dia a dia, sua relação com a família e amigos? O que é importante para você? Tudo isso revela quem somos e como valorizamos nosso tempo.

A palavra tempo tem muitas acepções. Datado no século 13, o termo nos foi legado com o conceito de duração relativa das coisas que cria no ser humano a ideia de presente, passado e futuro. Algumas áreas se apossaram muito bem do conceito. Na física, tempo é a dimensão que permite identificar dois eventos que, caso contrário, seriam idênticos e que ocorrem no mesmo ponto do espaço. Na música, é uma unidade abstrata a partir da qual se estabelecem as relações rítmicas, a pulsação. Chronos, deus do tempo, era a personificação do tempo eterno e imortal.

Se aliarmos ao tempo o termo dinheiro é possível identificar características comuns: ambos são recursos finito e escasso. O mercado financeiro costuma transformar quase tudo o que ouvimos em números, dados, prazos, estratégias. O tempo, nesse aspecto, adquire forma numérica e cronológica, quando, na verdade, o termo tempo é singular, pois falamos de vida.

Segundo Eduardo Gianetti, no livro O Valor do Amanhã, ao contrário do espaço, que permite ir e voltar, a dimensão tempo se impõe como um fluxo sem retorno. O agora é um instante que, ao ser nomeado, já não é. Ele não para nem volta, simplesmente segue a diante.

Idade, família, casa, trabalho, hobbies, filhos. Como é o seu dia a dia, sua relação com a família e amigos? O que é importante para você? Tudo isso revela quem somos e como valorizamos nosso tempo.

Muitas vezes, amigos, pessoas próximas ou até clientes estão munidos de contas, imposto de renda, querem nos mostrar o patrimônio/investimentos que possuem e como gastam o dinheiro. Isso é importante, mas é necessário dar um passo atrás: como você gasta o seu tempo?

Fazer uma reserva financeira representa, no presente, a liberdade na escolha de como gastar o tempo, seja iniciando uma nova carreira, uma viagem, cuidados com a saúde, solidez em tempos de insegurança econômica; e, no futuro, fará a diferença entre uma velhice digna, prazerosa, ou uma velhice com dificuldades e dependente de terceiros. Sob esse prisma, há um ponto para ser mencionado: o aumento da expectativa de vida e queda da fecundidade.

Pensando no envelhecimento, vale a pena colocar na lista de assuntos urgentes a necessidade de um planejamento financeiro para o longo prazo, pois a longevidade/expectativa de vida tem aumentado.

Colocar um assunto como a previdência privada como investimento de longo prazo pode significar que o dinheiro que mantém seu padrão de vida atual pode acabar antes do planejado e a vida se tornar complicada.

Se observarmos as pirâmides demográfica ao longo dos anos, veremos não só um número menor de nascimentos e de jovens, mas também um número maior de idosos que possivelmente não estarão mais em atividades remuneradas e dependerão dos recursos que acumularam (ou não) ao longo da vida, o que está bastante relacionado ao seu comportamento financeiro ao logo de sua idade produtiva.

Desempenhamos muitos papeis ao longo de nosso tempo em vida. Muitas vezes, quando se tem consciência do valor irrecuperável do tempo, desejamos legar, crenças e valores, principalmente àquelas pessoas que são mais próximas. Há muitos outros tipos de tempos, tais como: o tempo de se apaixonar, cuidar, amar, recomeçar e o tempo de partir. A música Tempo Rei de Gilberto Gil traz algumas pistas a respeito.

O tempo é o nosso principal recurso não renovável. O seu desperdício por nós mesmos ou por terceiros é monumental. Todos sabemos que time is money, mas poucos pensam no que estão comparando. O tempo é o tempo da nossa vida. Ao confundirmos os meios e os fins, confundimos o uso do nosso tempo com uma felicidade sempre adiada.


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