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Você sabe tomar decisão? Esse é o primeiro passo para investir bem

Trazemos aqui um conteúdo completo sobre como o ato de tomar boas decisões pode ser algo desafiador no cotidiano, mas, ao mesmo tempo, surpreendente

Publicado em 10/11/2021 às 13:30
Atualizado em

Uma das características da espécie humana é indagar sobre o seu futuro na tentativa de controlá-lo. Por outro

lado, sabemos que o futuro é incerto e tentar dominá-lo está além das nossas habilidades. Este paradoxo gera um efeito no mundo dos investimentos, permitindo-nos refletir sobre como mitigar os riscos futuros. Isso faz total

diferença no momento em que tomamos alguma decisão.

Dois psicólogos cognitivos, Amos Tversky e Daniel Kahneman, conseguiram demonstrar frequentes sabotagens da nossa razão no exato momento da tomada de decisão. Eles notaram que os humanos utilizam regras heurísticas, ou seja, atalhos mentais para encontrar uma solução para um dado problema e isso pode afetar um grande número de pessoas.

Outro ponto é o fato de que as pessoas são avessas ao risco. Os psicólogos demostraram que avaliamos probabilidade de ganhos ou perdas de forma não-linear. As pessoas tomam decisões com base no ganho ou perda potencial em relação à sua situação específica. Diante de uma escolha arriscada que leva a ganhos, os indivíduos são avessos ao risco.

No entanto, diante de uma escolha arriscada que leva a perdas, os indivíduos buscam o risco, preferindo soluções que levem ao risco desde que tenha potencial para evitar perdas.

Pensar no amanhã e saber dimensionar suas decisões podem não ser algo que se faça naturalmente. Todavia, se buscarmos apoio na área das finanças comportamentais que estudam as ilusões dos investidores, poderemos entender como tomar boas decisões e nos tornarmos menos vulneráveis aos princípios que guiam nossas mentes.

Desejo imediato

No livro Comporte-se: a biologia humana em nosso melhor e pior, do professor Robert M. Sapolsky, explora as diferentes camadas que compõem cada um dos comportamentos humanos, buscando entender como nosso cérebro evoluiu em paralelo com a cultura e como essa complexa dinâmica ajuda a definir os impulsos que nos moveram ao longo da história.

O pesquisador afirma que “agressividade, violência, compaixão, empatia, simpatia, competição, cooperação, altruísmo, inveja, desdém, perdão, reconciliação, vingança, reciprocidade e (por que não?) amor. Tudo isso nos arremessa em um atoleiro de definições.”

Muitos investidores são acometidos, por exemplo, pelo efeito manada, ou seja, guiar-se não pela estratégia ou pelo planejamento financeiro, mas tomar decisão por impulso e sem o conhecimento necessário a uma tendência em que vários outros investidores estão fazendo.

Neste caso, a frustração pode ser grande devido ao desejo imediato. As tendências comportamentais no mundo dos investimentos podem se refletir quanto à maior facilidade em perceber recompensas imediatas. Exemplos

disso podem ocorrer quando somente é observado:

1. A performance exitosa de um determinado fundo de investimento olhando para a rentabilidade passada. Isso não é garantia de que no momento da realização do aporte financeiro (presente) para frente (futuro) teremos o mesmo sucesso da performance pretérita. Equipe, gestores, premissas e racional são, neste caso, relevantes;

2. A valorização substancial do papel de um ativo acionário em um curto período. Ou mesmo, entrar na bolsa seguindo o efeito manada via recordes do Ibovespa. Aqui, as ações das empresas listadas, principalmente as smallcaps, devem ser compreendidas como investimento de longo prazo, diminuindo a sensação de stress gerada pela intensa volatilidade no curto prazo.

Recompensas no longo prazo

Por outro lado, temos dificuldades em reconhecer recompensas no longo prazo. Pensar em ganhos no longo prazo exige um adiamento do desejo imediato, por meio de uma análise mais cuidadosa, precisa e consistente das situações. Exemplos disso podem ocorrer quando deixamos de lado:

- A previdência privada como fator de proteção, independência e qualidade de vida na velhice;

- O planejamento sucessório a partir de estratégias empresariais de sucessão. Este é um caso fundamental para perpetuar o patrimônio que se construiu em vida;

- A diversificação do portfólio de investimentos;

- A compreensão de que investir em ações é investir em empresas. Nesse sentido, o exercício de questionar-se como ela estará nos próximos anos, além o setor de mercado em que atua são pontos importantes para mitigar possíveis riscos.

Adoramos e detestamos

O livro A cabeça do investidor, da professora de psicologia econômica Vera Rita de Mello Ferreira, explica o quanto podemos ser afetados pelas ciladas da mente ao investir. A professora criou um quadro interessante que nos ajuda a pensar sobre os contextos e situações que podem nos causar prazer ou frustração no processo decisório do investidor.

ADORAMOS

- Alívio de tensão e gratificação imediatos Perdas e faltas

- Desconsiderar consequência

- Acreditar que tudo está bem e que seguirá assim eternamente

- Ganhar (tudo e qualquer coisa)

- Tudo o que combina com o que acreditamos

- Ter companhia (inclusive para errar junto) 

- Ser aceitos e sentir que pertencemos (a um grupo ou situação)

DETESTAMOS

- Perdas e falhas

- Cenários desconhecidos, incertos e ambíguos

- Reconhecer que erramos, que somos limitados e que temos aspectos destrutivos

- Tudo o que contraria nossas crenças, expectativas e desejos 

- Ficar de fora

- Considerar o longo prazo

-  Pensar e tomar decisões

Por fim, um lembrete: tomar boas decisões é um desafio constante para controlar as próprias emoções e comportamentos, pois nem sempre aquilo que provoca prazer significa a melhor escolha.



Por Thiago Goulart – Educador Financeiro e Head de conteúdos da Vai Investir.

Endereço: Endereço: R. Pres. Vargas, 360 - Sala 4 - Centro, Brumadinho

Telefone: 31 3058-2755

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